Em uma casa de paredes altas, na cor marfim, cortinas brancas balançam ao ritmo do vento e saem pelas janelas, fazendo imaginar uma ausência de presença ali. De dentro da casa ecoa um som clássico, uma melodia de piano. De fora observo o flamejar das folhas secas ou bem verdes ao alto e transbordo de vida. Meu mundo se faz em mim e estou bem aqui, sem sair do jardim daquela estranha casa. Bem que eu poderia fixar meu olhar, mas prefiro contemplar o que me cerca a trezentos e sessenta graus. Sou estável, mas não paro. O sinal de que me renovo está no pranto que de mim sai. Minhas lágrimas encharcam meu corpo até que eu as segure. Choro e sou forte. Sou ser concreto. Não deixarei meu chorar chegar ao chão. Assim permaneço no jardim que une sentidos: cor, cheiro e sabor, a fim de que me completem. Sou simples fonte que transforma dor em alegria e, luta para não secar.
[Minha autoria]
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Um comentário:
"Sou estável, mas não paro. O sinal de que me renovo está no pranto que de mim sai."
Os paradoxos dão beleza e mais vida a poesia.:)
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