Princesas também choram, contudo, secaram as lágrimas daquela. Modesta era, feliz também, mesmo que não todos os dias, mas ela codificava que há grandes motivos para sorrir. Também era teimosa, contudo, inteligente, é que fingia viver um conto infantil. Será que nem toda história tem final feliz? A verassidade dos fatos é essencial para se criar uma ilusão amarga; para crianças isso é fato, para princesas isso é acaso.
Se em um único reino passava a existir mais de uma princesa, algo estava distorcido. E depois de muito analisar a decadência daquele reino, passou a almejar o trono, pois só assim ela poria ordem na corte. Era honra demais chamar aquela putrefata dinastia de palácio real, muito mais tinha de irreal. E era. Os longos vestidos da princesa arrastariam facilmente o lixo dos tapetes e havia um cetro bem à sua frente. Bastava um golpe para ser rainha, mas ela precisava fazer a diferença e sabia como. Continuou a pensar.
À que bela conclusão a princesinha chegou: aquele trono não satisfazia seus desejos. De que adiantaria usufruir de posto alheio se ela podia alicerçar novas conquistas?-pensava.
Aquele castelo era de areia. Ela aprendeu a enfrentar as ondas mais fortes construindo novos castelos, que, primeiramente, eram projetados cautelosamente, porque uma obra bem-sucedida não é erguida em meio a pedregulhos ou sobre areia movediça.
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